Ministério da saúde reúne hospitais para tratar da implantação de protocolos que limitem as transfusões de sangue

O Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro realizou no dia 26 de junho de 2023, no auditório da Rua México, 128, 10º andar, um evento para apresentara os hospitais federais convidados a metodologia para a implementação de um programa de gerenciamento do sangue do paciente, cuja sigla, em inglês, é PBM (Patient Blood Management).

A necessidade de discutir esse tema foi motivada por uma sentença recentemente proferida na Ação Civil Pública Nº 5103690-53.2021.4.02.5101/RJ, ajuizada pelo Ministério Público Federal em face da União. Essa sentença fixou prazo para que os hospitais federais do Rio de Janeiro façam a adequação dos seus protocolos para tratar os pacientes à luz do PBM no pré, intra e pós-operatório e que permitam aos pacientes expressar sua recusa terapêutica às transfusões de sangue nos formulários e documentos hospitalares.

O evento, presidido pela Coordenadora Geral de Assistência substituta, Dra. Rose Filgueiras,contou com a presença de representantes dos hospitais Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa, Servidores do Estado, Andaraí, Bonsucesso, INCA e INC e teve como palestrantes autoridades no assunto, que explicaram que o PBM é uma abordagem baseada em evidências científicas visando gerenciar e preservar o próprio sangue do paciente, minimizar a perda sanguínea e a hemorragia, promover a segurança e a autonomia do paciente e reduzir a utilização de recursos e gastos com saúde.

Palestraram o Dr. Axel Hofman, presidente da Direção Externa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Professora Dra. Isabel Céspedes, Coordenadora da Linha de Pesquisa em Opções Terapêuticas às Transfusões de Sangue da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Os palestrantes explicaram as vantagens do PBM, como, por exemplo, diminuição da mortalidade, morbidade e tempo de internação, segurança por se evitar os riscos da contaminação e eficácia pela utilização de técnicas com melhor custo-benefício. O Dr. Marcelo Fróes Assunção, coordenador da Fundação Hemominas, concedeu entrevista (pré-gravada) destacando os efeitos positivos da capacitação dos profissionais e hospitais nesse programa

O Diretor do Hemorio, Dr. Luiz de Melo Amorim Filho, também participou do evento, destacando as vantagens do programa de gerenciamento de sangue do paciente e colocando o Hemorio à disposição dos hospitais para ajudar na implantação do programa de gerenciamento do sangue do paciente.

Nas considerações finais, o moderador, Dr. Carlos Panfilio, Professor Corresponsável do curso de capacitação em medicina transfusional do curso de graduação de Medicina da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, apresentou aos gestores presentes a possibilidade de promoverem a capacitação de suas equipes para o PBM por meio de um curso oferecido pela UNIFESP intitulado “Medicina Transfusional – uma visão atualizada”. E concluiu: “As evidências mostram que a anemia e a perda de sangue podem ser tratadas com medidas cientificamente comprovadas para melhor gerenciar e preservar o sangue do paciente, em vez de se recorrer ao sangue de um doador”.

A implementação do PBM nos hospitais federais do Rio de Janeiro será uma conquista para a saúde pública brasileira, visto que está em harmonia com a diretriz mundial da Organização Mundial de Saúde que recomenda a sua implementação em razão das suas vantagens clínicas, éticas e econômicas. (disponível em https://apps.who.int/iris/handle/10665/346655).

Fonte: Estadão conteúdo
http://www.broadcast.com.br/cadernos/releases/?id=VWpsd1huSFY0V05IY1pFbGdZQU9EQT09

Protocolo

Protocolo Tratamento de Anemia e Diretrizes para Terapia com Eritropoetina

Protocolo baseado em evidências científicas para o tratamento não transfusional de anemia mediante o uso apropriado de ferro e eritropoietina.

Protocolo

Manejo de Sangramento

Sem transfusão de sangue alogenico

Protocolo baseado em evidências científicas contendo um GUIA FARMACÊUTICO completo com os principais hemostáticos sistêmicos e tópicos para o manejo de sangramento.

Bem vindo ao Bloodless

FUNDAMENTO:

As transfusões de sangue são, na atualidade, um dos procedimentos médicos mais realizados no mundo. No entanto, a literatura médica evidencia uma relação entre o uso de sangue alogênico (doado) e maiores complicações, incluindo, maior mortalidade. Mundialmente, observa-se uma deficiência no conhecimento médico sobre a prática transfusional.


OBJETIVO:

1. Mudar a prática transfusional atual, mediante a aplicação de PROTOCOLOS cientificamente seguros e eficazes para o TRATAMENTO DE ANEMIA e MANEJO DE SANGRAMENTO sem o uso de sangue alogênico, baseado nas evidências científicas de uma medicina moderna.

2. Ajudar os Bancos de Sangue a ECONOMIZAR seus principais HEMOCOMPONENTES (glóbulos vermelhos, plasma e plaquetas).