Sobre o Bloodless

Fundamentos

As transfusões de sangue são, na atualidade, um dos procedimentos médicos mais realizados no mundo. No entanto, a literatura médica evidencia uma relação entre o uso de sangue alogênico (doado) e maiores complicações, incluindo, maior mortalidade. Mundialmente, observa-se uma deficiência no conhecimento médico sobre a prática transfusional.

Estratégias de conservação (gerenciamento) do sangue do paciente (Pacient Blood Management – PBM), na área de Medicina Transfusional, tem mostrado por meio de
publicações científicas de impacto, um melhor desfecho clínico, com redução de morbimortalidade para os pacientes e custos para o sistema de saúde. A real e acentuada escassez dos estoques de sangue, principalmente durante a pandemia de COVID-19, tem incentivado a busca URGENTE por opções terapêuticas às transfusões de sangue.

Objetivos

  1. Mudar a prática transfusional atual, mediante a aplicação de PROTOCOLOS cientificamente seguros e eficazes para o TRATAMENTO DE ANEMIA e MANEJO DE SANGRAMENTO sem o uso de sangue alogênico, baseado nas evidências científicas de uma medicina moderna.

  2. Ajudar os Bancos de Sangue a ECONOMIZAR seus principais HEMOCOMPONENTES (glóbulos vermelhos, plasma e plaquetas).

Utilizada empiricamente há mais de dois séculos (desde os anos 1800) para reduzir mortes relacionadas à hemorragia, a transfusão de sangue apresentou um crescimento exponencial no início do século XX, em decorrência dos traumas produzidos pelas duas guerras mundiais (SHANDER, ISBISTER, & GOMBOTZ, 2016). No entanto, nos últimos anos, a literatura médica científica tem associado transfusão de sangue alogênico com piores desfechos clínicos, incluindo maior mortalidade e, consequentemente, vem sendo cada vez mais questionada sobre sua segurança e eficácia (ISBISTER et al., 2011; SANTOS et al., 2013).

Outra preocupação com esta prática médica é que “a transfusão nunca foi submetida à avaliação de segurança e eficácia pela agência Food and Drug Administration (FDA)”, embora esta agência permita seu uso (KUMAR, 2009).

Sabe-se muito pouco sobre os benefícios da transfusão de sangue. Ensaios clínicos randomizados comparando a transfusão de sangue com placebo jamais foram realizados tanto antes como após a liberação da transfusão de sangue como tratamento” (CARSON, REYNOLDS, & KLEIN, 2008), ou seja, a transfusão de sangue jamais foi submetida a ensaios clínicos randomizados placebo-controlados para avaliar sua eficácia.

Além deste questionamento, ainda existe o fator custo. Segundo o Guia para uso de Hemocomponentes do Ministério da Saúde do Brasil (2015), o uso de sangue e hemocomponentes é uma prática cara para o SUS, que necessita e utiliza tecnologia de ponta e recursos humanos altamente especializados. Outro fator preocupante na atualidade é a escassez de sangue nos hemocentros de todo o mundo.

Para tentar solucionar estes três graves problemas relacionado ao uso de sangue alogênico (falta de segurança/eficácia, custo alto e escassez) propomos uma educação médica continuada mediante uma leitura do site bloodless.com.br. A melhor transfusão de sangue é aquela que é não aplicada

Reunimos aqui as principais evidências científicas da atualidade para apoiar a tomada de decisão com relação ao uso de uma ou múltiplas estratégias clínicas e/ou cirúrgicas como opção terapêutica para reduzir ou eliminar a indicação de uma transfusão de sangue alogênico. Com isto teremos menos doentes sendo transfundidos e menos quantidade de sangue e seus componentes administrados a cada doente.

Conhecer e aprender a utilizar este moderno, seguro e eficaz arsenal terapêutico torna-se possível, torna-se viável realizar qualquer cirurgia, grande, complexa, cardíaca ou não cardíaca, sem o uso de transfusões de sangue. Além disso, poderá ser a única opção disponível para salvar vidas.  

Antonio Alceu dos Santos

CRM - SP 94077

Sobre o autor

  • Graduado em Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora, no ano de 1998.
  • Título de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira (2002).
  • Cardiologista do Corpo Clínico no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Vaz Monteiro (Lavras – MG) com experiência em pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca, inclusive transplante cardíaco.
  • Autor de várias pesquisas científicas publicadas em revistas médicas nacionais e internacionais
  • Mais de 20 anos de experiência em técnicas alternativas e opções terapêuticas as transfusões de sangue.
  • Prêmio de melhor trabalho científico em pesquisa experimental, II Encontro Internacional de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular, Belo Horizonte (MG), 1995.
  • Membro da SABM (Society for the Advancement of Blood Management).
  • Biografia no livro Who’s Who in the World 31st Edition, 2014, page 2112.
  • Top 100 Health Professionals – 2014 – Medicina Moderna não transfusional – International Biographical Centre of Cambridge, England.
  • Doutorando em Medicina (Hematologia) pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Tratar anemia e controlar sangramento sem o uso de sangue alogênico pode significar:

Um pequeno passo para o médico, mas um grande avanço para a medicina